A APA Fluvial de Porto Real, apesar de seu tamanho reduzido, com cerca de 
765 hectares, é uma entre várias outras Unidades de Conservação existentes na 
região. Ela se soma ao Parque Nacional do Itatiaia, ao Parque Estadual Pedra 
Selada,  à APA Federal da Serra da Mantiqueira, aos refúgios de vida silvestre 
da Lagoa da Turfeira e ao do Médio Paraíba do Sul na proteção dos remanescentes 
florestais e outras áreas relevantes para a biodiversidade na região.  Todas 
essas unidades, somadas, representam uma significativa área protegida que 
contribui para a conservação do meio ambiente e para a boa qualidade de vida da 
população. Neste informativo vamos conhecer um pouco mais sobre alguns desses 
espaços especialmente protegidos.
Parque Nacional do Itatiaia
O primeiro Parque Nacional brasileiro foi criado no dia 14 de junho de 1937 
pelo então presidente Getúlio Vargas. Inicialmente possuía 14 mil hectares e em 
1982 foi ampliado para 28 mil hectares.
Localizado na Serra da Mantiqueira, o Parque abrange os municípios de 
Itatiaia e Resende, no estado do Rio de Janeiro, e Bocaina de Minas e Itamonte, 
no estado de Minas Gerais. Em 2015 foram registrados 133.801 visitantes, sendo o 
sétimo parque nacional mais visitado do Brasil naquele ano. Seu relevo é 
caracterizado por montanhas e elevações rochosas, com altitude variando de 600 a 
2.791 metros no seu ponto culminante, o pico das Agulhas Negras.
Dois ambientes diferenciados, caracterizados como ecossistemas de montanha, 
compõem o Parque: no Planalto do Itatiaia, também conhecido como Parte Alta, 
encontram-se os campos de altitude e os vales suspensos onde nascem vários rios. 
A chamada Parte Baixa possui vegetação exuberante e generosos cursos d'água, com 
diversas áreas apropriadas para banho e fácil acesso a partir da Via 
Dutra.
A área do Parque abrange nascentes de 12 importantes bacias hidrográficas 
regionais, que drenam para duas bacias principais: a do rio Grande, afluente do 
rio Paraná, e a do rio Paraíba do Sul, o mais importante do Rio de 
Janeiro.
O Parque Nacional do Itatiaia é uma das unidades de conservação que ocorrem 
na Mata Atlântica com maior variação de altitude (600 a 2791m) e isso 
possibilita diferentes tipos de formações vegetais, como floresta montana, 
alto-montana e campos de altitude. A variedade de habitats disponíveis em 
diferentes altitudes e ambientes estão relacionadas a diversidade elevada de 
fauna presente, incluindo animais de grande porte que precisam de extensas áreas 
para sobreviver. O PNI é uma das únicas unidade de conservação do sudeste do 
Brasil que possui mamíferos terrestres de grande porte como lobo-guará, 
onça-parda e pintada, cateto, queixada, além de primatas como muriqui-do-norte, 
sagui-da-serra-escuro e sauá. Todas essas espécies estão ameaçadas de extinção 
no Brasil ou no estado do Rio de Janeiro.
Considerando as aves, já foram catalogadas quase 400 espécies, com alguns 
novos registros sendo confirmados recentemente. A herpetofauna é representada 
por 87 espécies, sendo 62 anfíbios (dentre esses o famoso sapo flamenguinho, 
símbolo do PNI) e 25 répteis (16 serpentes). Os insetos são representados por 
cerca de  50 mil de espécies. Os mamíferos apresentam cerca de 120 espécies, 
incluindo morcegos, roedores, marsupiais e também espécies domésticas e 
exóticas, como cão e gato, além do javali. 
Fotos (Izar Aximoff): Onça-parda, cateto, esquilo e o planalto do Itatiaia 
com o pico das Prateleiras ao fundo.
APA da Serra da Mantiqueira
A Serra da Mantiqueira possui grande parte de seu território protegido por 
uma das mais antigas APAs do Brasil, criada pelo Decreto 91.304/1985, com uma 
extensão superior a 421 mil hectares. Abrange 29 municípios, incluindo partes de 
Itatiaia e de Resende, na região de Visconde de Mauá e arredores. Esta Unidade 
de Conservação tem como objetivos garantir a conservação do conjunto 
paisagístico e  da cultura regional, e também proteger e preservar: parte de uma 
das maiores cadeias montanhosas do sudeste brasileiro; a flora endêmica e 
andina; os remanescentes dos bosques de araucária; a continuidade da cobertura 
vegetal do espigão central e das manchas de vegetação primitiva; a vida 
selvagem, principalmente as espécies ameaçadas de extinção. A APA da Serra da 
Mantiqueira é a maior unidade do Mosaico Mantiqueira, que reúne cerca de 30 
áreas protegidas, públicas e privadas, existentes nessa região. Nas fotos,  
araucárias, árvore símbolo da APA e o rio Preto, em Visconde de Mauá.
O ponto de destaque deste parque é o pico da Pedra Selada, com 1755 m de 
altitude, visível desde vários pontos do vale. Mas além de preservar a paisagem 
pitoresca da Serra, ele é importante por representar uma continuidade natural 
com o Parque Nacional do Itatiaia, formando um corredor ecológico que amplia o 
valor ambiental das duas UCs e os serviços ambientais por elas prestados. Criado 
pelo Decreto nº 43.640/2012 com cerca de 8.036 hectares, o PEPS também tem como 
objetivo recuperar as áreas degradadas na região serrana, proteger e preservar 
populações de animais e plantas nativas e oferecer refúgio para espécies 
migratórias, raras, vulneráveis, endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e 
flora nativas. A vegetação predominante – a floresta atlântica –, os 
remanescentes de bosques de araucária, os campos de altitude, os corpos hídricos 
e as formações geológicas notáveis contidas em seus limites também são 
preservadas pela UC, que oferece oportunidades de visitação, recreação, 
interpretação, educação e pesquisa científica, estimulando o desenvolvimento do 
turismo em bases sustentáveis.
Revis do Médio Paraíba do Sul
O Decreto Estadual nº 45.659, de 18 de maio de 2016, criou essa unidade com uma área total de 11.113 hectares, numa larga faixa ao longo do rio Paraíba do Sul, abrangendo trechos dos municípios de Resende, Itatiaia, Porto Real, Quatis, Barra Mansa, Volta Redonda, Pinheiral, Barra do Piraí, Valença, Vassouras, Rio das Flores, Paraíba do Sul e Três Rios. Os principais objetivos do Revis são a proteção das espécies ameaçadas da região do Médio Paraíba do Sul, a manutenção dos recursos hídricos, a restauração ecológica e a gestão do uso e ocupação do solo na área protegida e no seu entorno. A criação desta unidade propõe aliar a conservação da biodiversidade ao desenvolvimento sustentável da região, com o incremento de atividades de turismo, lazer, cultura e educação ambiental.
Revis da Lagoa da Turfeira
Revis ou Refúgio de Vida Silvestre é uma área sob regime especial de gestão 
que visa proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a 
existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora e da fauna 
residente ou migratória. Criado pelo Decreto Estadual nº 45.574/2016 o Revis 
Lagoa da Turfeira possui uma área de aproximadamente 269 hectares em território 
do município de Resende. A Lagoa da Turfeira, também conhecida como lagoa da 
Kodak, representa um dos últimos e mais expressivos remanescentes naturais das 
áreas úmidas que outrora se estendiam por toda várzea do rio Paraíba do Sul, 
constituindo um importante reduto para a biodiversidade local, especialmente 
para diversas espécies de aves aquáticas. O  Revis Estadual Lagoa da Turfeira é 
resultado de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado entre o Ministério 
Público Federal, Ministério Público Estadual, Estado do Rio de Janeiro, Inea, 
Codin e a Fábrica Nissan. A criação dessa unidade visa preservar um remanescente 
natural de áreas úmidas que integra um importante abrigo para a biodiversidade 
da região, principalmente para as diversas espécies de aves aquáticas, incluindo 
as aves que passam pela região durante os ciclos migratórios, funcionando como 
suporte para descanso, alimentação e reprodução dessas aves. Além disso, a Lagoa 
da Turfeira abriga espécies da fauna como capivaras, cachorros-do-mato, lontras, 
lobos-guará e jaguatiricas,  além de espécies ameaçadas de extinção como o 
cágado do Paraíba e o jacaré-do-papo-amarelo.
Conforme o seu decreto de criação, o Revis tem por objetivos: assegurar a 
preservação da Lagoa da Turfeira e entorno, bem como recuperar as áreas 
degradadas ali existentes; proteger e preservar populações de animais e plantas 
nativas e oferecer refúgio para espécies migratórias, raras, vulneráveis, 
endêmicas e ameaçadas de extinção da fauna e flora nativas, garantindo a 
conservação da diversidade biológica e a proteção de local de descanso, 
alimentação e reprodução da fauna; contribuir para o fluxo gênico de espécies 
nativas e ampliação da área de vida daquelas que necessitam de amplo território 
para o estabelecimento populacional, por meio da conectividade de fragmentos e 
posterior formação de corredores ecológicos; preservar os remanescentes de 
floresta atlântica e os recursos hídricos - lagoas, rios e pequenas áreas 
brejosas contidos em seus limites; assegurar a continuidade dos serviços 
ambientais prestados pela natureza nestas áreas, a saber: controle de enchentes, 
recarga de aquíferos e proteção dos recursos hídricos; proteger contra a erosão 
do solo e o assoreamento dos corpos d'água; oferecer oportunidades de pesquisa 
científica, interpretação e educação ambiental, e visitação.
E tem mais
Além dessas, outras Unidades de Conservação também contribuem para o 
equilíbrio ambiental da região: APA da Serrinha do Alambari e Parque Natural 
Municipal da Cachoeira da Fumaça, ambos em Resende; e Parque Natural Municipal 
de Bulhões, em Porto Real.
Fotos: Izar Aximoff e Luis Felipe Cesar








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